Relembrando a primeira mensagem :
Ora vamos lá animar um pouco, com alguma conversa…
Aqui fica a minha apresentação, que procurei fosse a minha mais completa e actualizada visão pessoal destas coisas do audio.
Porque no fim disto não terei certamente muito mais para dizer, arrisco falar também em despedida.
Verdade que já ando por “aqui” há algum tempo e no entanto nunca me apresentei. Isso essencialmente por 2 motivos: 1º porque “no início” não era hábito os foristas apresentarem-se, exporem o seu sistema. Não havia nem o espaço próprio para o efeito nem havia “nexessidade”. Em 2º lugar porque desde há muito (desde sempre ???) que vinha sentindo o meu sistema como “provisório”, aguardando o momento oportuno, até em termos económicos, para fazer o up grade “definitivo” Julgava eu porque afinal, a ironia trocista deste hobby parece estar em mais longe ficar quanto mais nos aproximamos do objectivo, mas isso fica para depois.
Perdido o momento apropriado para falar de mim ou do meu modesto sistema, qualquer momento serviria é um facto, não fosse o desencanto progressivo com os fóruns e o crescente alheamento dos mesmos. Só um momento novo e desempoeirado (por enquanto) como aqui se vive, me faria voltar a uma participação mais activa, de renovado interesse, capaz até de pela 1ª vez me fazer falar sobre o meu sistema. Admito desde já, não estou ainda satisfeito com o seu desempenho, pese embora tenha vindo paulatinamente a melhorar a cada up grade feito. E se o desempenho tem francamente melhorado mas a insatisfação continua, penso que tal se deve provavelmente ao facto do grau de exigência ir acompanhando a evolução e travando o passo a uma satisfação mais forte e permanente. Confesso que procuro tudo. Não me basta o equilíbrio morno que já tive em tempos. O sistema tem de “tocar” com propriedade nos extremos de frequência. Mas sem ser agressivo, nem sequer cansativo. Com bom nível de detalhe e resolução, mantendo sempre uma boa separação entre instrumentos entre si e entre instrumentos e vozes, estas últimas fundamentais para mim. Sem cercear a dinâmica, condição vital para sentir a musica. A macro mas igualmente a micro, por forma a que as nuances sejam bem perceptíveis e sejamos capazes de sentir o ritmo como certo. E isto numa escala convincente, até porque tem de tocar alto. Tocar bem “baixinho” não serve para mim. E como se não bastasse, ultimamente procuro talvez o mais difícil: o respeito pelo que está gravado nos discos . Profundidade de palco, ecos, ambiência, tudo contribui para percebermos melhor o que está gravado. E quando assim acontece verificamos que afinal a gravação nem é assim tão má quanto julgávamos. Quando um sistema deixa perceber a intenção do técnico de som, então está lá, no ponto. Isto pode parecer algo de estranho para muita gente, mas é algo que já experimentei ouvir em outros sistemas e muito ao de leve no meu. E será que vou conseguir isto tudo com as SFaber já estão vocês a perguntar. Pois, a ver vamos. Falarei delas mais á frente.
Mas como vêem estou longe de resumir tudo à questão timbrica. A minha abordagem em matéria de reprodução electrónica de música, a emoção que lá procuro, é mais do que honestidade timbrica. Isso é para mim uma visão redutora da alta fidelidade, pelo que prefiro falar em high end, não por snobismo, mas porque high end encerra em si o conceito do culminar de uma determinada abordagem na técnica de reprodução sonora, o que abre caminho para diferentes formas de fidelidade. São poucas as pessoas a intuírem este conceito, mas folgo muito vê-lo reflectido no pensamento de um Senhor que assina num outro espaço como TD124. Um conhecedor, um projectista de áudio que se atreve a dizer que a finalidade da alta fidelidade não é reproduzir o real mas sim criar outras realidades, sonoras obviamente . Respondem-lhe com um silêncio cortante e eu pergunto: mas não é óbvio? Ou não será até o objectivo ultimo da dita alta fidelidade, superar a própria realidade ? Superar sim. Não o faz já aliás nalguns aspectos?
Claro que este conceito abre lugar a um sem numero de possibilidades, deixa campo aberto para a proliferação da subjectividade, esse medonho espantalho que tantos agitam, mas que não assusta esse outro grande Senhor, do conhecimento, do pensamento e da escrita, que dá pelo nome de Holbein Menezes. Tal como eu, ele procura a alta fidelidade á emoção. A expressão é minha, por isso aqui o laivo de presunção do ele tal como eu e não eu como ele. Quem anda nisto pela musica percebe claramente. Como o percebem os técnicos de som (os bons, dos outros não reza a história) que nos deixaram/deixam gravadas para sempre algumas obras primas para todos poderem usufruir da magia da musica, enquanto forma de arte maior. Será por isso que hoje eu continuo a gostar do desempenho em crescendo das minhas SF, mas não desdenho do outro requinte que umas Amati Aniversario podem naturalmente aportar, não renegando nem escondendo o prazer de ouvir o equilíbrio tonal de umas ATC, ou o gozo de ouvir umas Proac D38 no seu melhor; ou a tremenda dinâmica e abertura de umas Focal 1025, ou mesmo o poder telúrico e o fascínio que as dificílimas B&W 802D podem igualmente fazer-nos sentir, isto para falar de sistemas de amigos, sistemas com diferentes sonoridades, que muito prazer me dá ouvir. Quando o sistema está equilibrado e “afinado” e a música fica “certa” , para usar a expressão de alguém, ficamos sempre mais próximos dela mesmo quando as abordagens dos diferentes sistemas significam igualmente diferentes visões (intencionais ou não pouco interessa) dos seus criadores.
Não me revejo pois numa abordagem final e única para a qual todos os equipamentos deveriam tender, e reconheço que me fazem alguma comichão as tentativas, ainda que inconscientes de imposição de um certo pensamento único. Fruto também ou até sobretudo de grupos de opinião fechada que se criam e que não deixam lugar a outras formas de ver e pensar, sobretudo ouvir o audio.
Ao contrário de tantos e tantos sistemas acabados que todos os dias nos são apresentados na net e que são o alimento das opiniões mais definitivas e das certezas absolutas sobre áudio por parte dos seus detentores, o meu sistema, confesso, é cada vez mais ?? um sistema imperfeito e inacabado. Não escondo obviamente a minha perplexidade perante essas opiniões e esses sistemas acabados, pois constato com surpresa que há quem tenha dedicado uma vida inteira a estas coisas da musica reproduzida em casa e continue cheio de duvidas, enquanto outros, acabados de chegar por vezes, já têm todas as respostas . A meu ver há aqui qualquer coisa que não joga bem. Parece-me, assim à distância, que tal resulta de graus de exigência menor, de algum deslumbramento naif, de alguma superficialidade de análise. Mas…
Confesso que não alinho muito no discurso técnico, por um lado porque “burro velho não aprende línguas”, por outro porque me parece claramente que se entra por um labirinto de onde vejo outros a quererem sair. Mas sobretudo porque ando nisto por causa da música. Pode parecer um paradoxo, na medida em que também eu já relatei alguns estranhos fenómenos com que me fui deparando no decorrer da demanda pela melhor reprodução sonora possível, mas a verdade é que só a musica me preocupa. Para mim o áudio é apenas o meio e não o fim.
Já o disse em tempos, a razão porque alinhei nestas conversas sobre áudio foi / é porque soube e ainda sabe bem encontrar “aqui” tantos e tantos outros a partilharem esta mesma paixão pela música e pela sua reprodução caseira.
até já
Cont. …
Ora vamos lá animar um pouco, com alguma conversa…
Aqui fica a minha apresentação, que procurei fosse a minha mais completa e actualizada visão pessoal destas coisas do audio.
Porque no fim disto não terei certamente muito mais para dizer, arrisco falar também em despedida.
Verdade que já ando por “aqui” há algum tempo e no entanto nunca me apresentei. Isso essencialmente por 2 motivos: 1º porque “no início” não era hábito os foristas apresentarem-se, exporem o seu sistema. Não havia nem o espaço próprio para o efeito nem havia “nexessidade”. Em 2º lugar porque desde há muito (desde sempre ???) que vinha sentindo o meu sistema como “provisório”, aguardando o momento oportuno, até em termos económicos, para fazer o up grade “definitivo” Julgava eu porque afinal, a ironia trocista deste hobby parece estar em mais longe ficar quanto mais nos aproximamos do objectivo, mas isso fica para depois.
Perdido o momento apropriado para falar de mim ou do meu modesto sistema, qualquer momento serviria é um facto, não fosse o desencanto progressivo com os fóruns e o crescente alheamento dos mesmos. Só um momento novo e desempoeirado (por enquanto) como aqui se vive, me faria voltar a uma participação mais activa, de renovado interesse, capaz até de pela 1ª vez me fazer falar sobre o meu sistema. Admito desde já, não estou ainda satisfeito com o seu desempenho, pese embora tenha vindo paulatinamente a melhorar a cada up grade feito. E se o desempenho tem francamente melhorado mas a insatisfação continua, penso que tal se deve provavelmente ao facto do grau de exigência ir acompanhando a evolução e travando o passo a uma satisfação mais forte e permanente. Confesso que procuro tudo. Não me basta o equilíbrio morno que já tive em tempos. O sistema tem de “tocar” com propriedade nos extremos de frequência. Mas sem ser agressivo, nem sequer cansativo. Com bom nível de detalhe e resolução, mantendo sempre uma boa separação entre instrumentos entre si e entre instrumentos e vozes, estas últimas fundamentais para mim. Sem cercear a dinâmica, condição vital para sentir a musica. A macro mas igualmente a micro, por forma a que as nuances sejam bem perceptíveis e sejamos capazes de sentir o ritmo como certo. E isto numa escala convincente, até porque tem de tocar alto. Tocar bem “baixinho” não serve para mim. E como se não bastasse, ultimamente procuro talvez o mais difícil: o respeito pelo que está gravado nos discos . Profundidade de palco, ecos, ambiência, tudo contribui para percebermos melhor o que está gravado. E quando assim acontece verificamos que afinal a gravação nem é assim tão má quanto julgávamos. Quando um sistema deixa perceber a intenção do técnico de som, então está lá, no ponto. Isto pode parecer algo de estranho para muita gente, mas é algo que já experimentei ouvir em outros sistemas e muito ao de leve no meu. E será que vou conseguir isto tudo com as SFaber já estão vocês a perguntar. Pois, a ver vamos. Falarei delas mais á frente.
Mas como vêem estou longe de resumir tudo à questão timbrica. A minha abordagem em matéria de reprodução electrónica de música, a emoção que lá procuro, é mais do que honestidade timbrica. Isso é para mim uma visão redutora da alta fidelidade, pelo que prefiro falar em high end, não por snobismo, mas porque high end encerra em si o conceito do culminar de uma determinada abordagem na técnica de reprodução sonora, o que abre caminho para diferentes formas de fidelidade. São poucas as pessoas a intuírem este conceito, mas folgo muito vê-lo reflectido no pensamento de um Senhor que assina num outro espaço como TD124. Um conhecedor, um projectista de áudio que se atreve a dizer que a finalidade da alta fidelidade não é reproduzir o real mas sim criar outras realidades, sonoras obviamente . Respondem-lhe com um silêncio cortante e eu pergunto: mas não é óbvio? Ou não será até o objectivo ultimo da dita alta fidelidade, superar a própria realidade ? Superar sim. Não o faz já aliás nalguns aspectos?
Claro que este conceito abre lugar a um sem numero de possibilidades, deixa campo aberto para a proliferação da subjectividade, esse medonho espantalho que tantos agitam, mas que não assusta esse outro grande Senhor, do conhecimento, do pensamento e da escrita, que dá pelo nome de Holbein Menezes. Tal como eu, ele procura a alta fidelidade á emoção. A expressão é minha, por isso aqui o laivo de presunção do ele tal como eu e não eu como ele. Quem anda nisto pela musica percebe claramente. Como o percebem os técnicos de som (os bons, dos outros não reza a história) que nos deixaram/deixam gravadas para sempre algumas obras primas para todos poderem usufruir da magia da musica, enquanto forma de arte maior. Será por isso que hoje eu continuo a gostar do desempenho em crescendo das minhas SF, mas não desdenho do outro requinte que umas Amati Aniversario podem naturalmente aportar, não renegando nem escondendo o prazer de ouvir o equilíbrio tonal de umas ATC, ou o gozo de ouvir umas Proac D38 no seu melhor; ou a tremenda dinâmica e abertura de umas Focal 1025, ou mesmo o poder telúrico e o fascínio que as dificílimas B&W 802D podem igualmente fazer-nos sentir, isto para falar de sistemas de amigos, sistemas com diferentes sonoridades, que muito prazer me dá ouvir. Quando o sistema está equilibrado e “afinado” e a música fica “certa” , para usar a expressão de alguém, ficamos sempre mais próximos dela mesmo quando as abordagens dos diferentes sistemas significam igualmente diferentes visões (intencionais ou não pouco interessa) dos seus criadores.
Não me revejo pois numa abordagem final e única para a qual todos os equipamentos deveriam tender, e reconheço que me fazem alguma comichão as tentativas, ainda que inconscientes de imposição de um certo pensamento único. Fruto também ou até sobretudo de grupos de opinião fechada que se criam e que não deixam lugar a outras formas de ver e pensar, sobretudo ouvir o audio.
Ao contrário de tantos e tantos sistemas acabados que todos os dias nos são apresentados na net e que são o alimento das opiniões mais definitivas e das certezas absolutas sobre áudio por parte dos seus detentores, o meu sistema, confesso, é cada vez mais ?? um sistema imperfeito e inacabado. Não escondo obviamente a minha perplexidade perante essas opiniões e esses sistemas acabados, pois constato com surpresa que há quem tenha dedicado uma vida inteira a estas coisas da musica reproduzida em casa e continue cheio de duvidas, enquanto outros, acabados de chegar por vezes, já têm todas as respostas . A meu ver há aqui qualquer coisa que não joga bem. Parece-me, assim à distância, que tal resulta de graus de exigência menor, de algum deslumbramento naif, de alguma superficialidade de análise. Mas…
Confesso que não alinho muito no discurso técnico, por um lado porque “burro velho não aprende línguas”, por outro porque me parece claramente que se entra por um labirinto de onde vejo outros a quererem sair. Mas sobretudo porque ando nisto por causa da música. Pode parecer um paradoxo, na medida em que também eu já relatei alguns estranhos fenómenos com que me fui deparando no decorrer da demanda pela melhor reprodução sonora possível, mas a verdade é que só a musica me preocupa. Para mim o áudio é apenas o meio e não o fim.
Já o disse em tempos, a razão porque alinhei nestas conversas sobre áudio foi / é porque soube e ainda sabe bem encontrar “aqui” tantos e tantos outros a partilharem esta mesma paixão pela música e pela sua reprodução caseira.
até já
Cont. …