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O QUE EU PENSO DA INFLUENCIA DAS...(micro)VIBRAÇÕES - 1ª PARTE

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Spock



Não tenho dúvidas desde logo que elas existem no sentido de que alteram o som que ouvimos, e isso basta-me como prova. Logo, o único diálogo que me interessa travar é o porquê ? e como melhorar ? Não nego porém que a evidência deste fenómeno não é exactamente igual em todos os sistemas. Não digo que “trabalhar” o problema das vibrações é a solução final para que todos toquem “bem”. Mas que pode catapultar o desempenho de um sistema para outro patamar de qualidade, isso pode de certeza. Porquê não sei. Mas é um facto. Um facto que teima em não ser reconhecido por muitos audiófilos, que têm sobre esta e outras questões aquilo que classificaria de uma postura dogmática e fechada, fruto de uma abordagem, diria eu, excessivamente racional. Shocked Dir-me-ão que a objectividade de análise, no que à componente electrónica da reprodução áudio doméstica diz respeito, só pode ser abordada nessa perspectiva. Errado digo eu. Antonio Damásio já nos falou da importância das emoções nas nossas vidas e como elas nos ajudam tantas vezes a encontrar o caminho certo. Livros sobre inteligência emocional não faltam. E nesta matéria, considero que a componente emocional serve sobretudo para ratificar o que o sentido da audição detecta. Para não deixar que a razão negue pelo suposto conhecimento científico aquilo que a emoção nos confirma que “está lá”. Que é o que me parece que fazem os audiófilos racionalistas. Serão afinal eles facilmente influenciáveis pelos dogmas da ciência, negando pela fé na dita ciência o que uma audição atenta facilmente comprova? Não sei.
O que sei é que quando se fala sobre som, e considerando muito do que é dito sobretudo nos fóruns, se constata a existência de trincheiras das quais ninguém quer sair. Porque se por um lado o discurso científico e lógico tem uma força terrível da qual tantos não abdicam, por outro lado existem outros que também não estão dispostos a abdicar daquilo que realmente ouvem e sentem só porque contraria ou pelo menos não encontra explicação no domínio do actual estado da ciência. E isto divide e provavelmente continuará a dividir, e muito, os audiófilos. Ao ponto de chegar a existir, dentro da comunidade audiófila, uma corrente anti audiófila muito forte, apostada em carregar pejorativamente o termo e o seu significado, permanentemente ridicularizando a paixão que tantos nutrem por esta doidice do áudio, fazendo-os passar por tontinhos que tão facilmente se deixam influenciar por estratégias de marketing em relação a equipamentos e suas performances, como logo a seguir se deixam enlear por explicações metafísicas para desempenhos menos conseguidos, deixando-se conduzir para caminhos obscuros que a ciência não reconhece, a não ser talvez a psicologia, na sua vertente psicoacústica. Pois bem, como tenho feito este caminho sozinho, rejeito categoricamente esta confusão que em nada ajuda a esclarecer fenómenos bem reais e que de tão indiscutíveis me levam a questionar que tantos nunca se tenham apercebido deles e ainda por cima se arroguem no direito de glosar com os que com eles dizem ter contacto.
Acho por isso que vale pena falar com alguma calma sobre este assunto, pois nos fóruns estes temas nunca são devidamente abordados porque mal alguém começa a falar nestas questões, o ruído feito pelos anti audiófilos abafa qualquer partilha de conhecimentos e de experiências que a todos possam beneficiar. Embora todos saibamos que é do confronto de diferentes pontos de vista que o mundo e a ciência avançam, também é verdade que a negação dos factos pela introdução de ruído parasita só pode impedir o progresso. Também tentaram silenciar Galileu quando este disse que afinal era a Terra a girar à volta do Sol. A negação do facto constatado “apenas” porque não encaixava nas teorias dominantes à data, só por si não valia absolutamente nada como sabemos hoje. Mas não foram poucos os que teimaram em não querer aceitar o facto. Por isso é que eu disse no início que o único dialogo que interessa neste campo é o do porquê e do como melhorar ? Porfiar na negação não leva a lado nenhum. Mesmo aqueles que não conseguem notar diferenças têm de perceber que há quem as note (muitos), o que basta para a constatação do fenómeno. Sinceramente acho que quem não nota nada comete o erro de moldar a sua forma de ouvir ao seu pensamento, quando devia moldar o seu pensamento aquilo que ouve. É o racionalismo a ditar as suas leis. E o que é que distingue o verdadeiro audiófilo do pretenso audiófilo ou do anti audiofilo? A paixão ! A paixão com que se gosta realmente de musica e que motiva a perseguição da sua melhor expressão sonora possível. É a paixão com que nos embrenhamos nas coisas que faz a diferença. Quando se tem paixão por uma coisa vai-se até onde for preciso, vai-se ao âmago das questões. Só os eternos insatisfeitos vão sempre à procura de mais. Só os hiperboreos procuram ver mais longe. E o verdadeiro audiófilo é obviamente um eterno insatisfeito, porque a sua demanda é a da perfeição. Só quem busca a perfeição sabe quão difícil é o caminho. pale E quem busca a perfeição não fica parado em nenhum degrau intermédio, pela simples razão que sabe não ser o último. E para esses não há outro caminho. Para esses existe um cantinho num forum novo chamado: a arte do Hi-fi I love you
Holbein Menezes, por exemplo, já se fartou de escrever sobre a importância da electricidade e das vibrações no desempenho de um sistema áudio. Chegou ao ponto de dizer que, se fosse possível “impermeabilizar” um sistema de todas as vibrações nefastas, tal garantiria à priori uma performance absolutamente superlativa, sem necessitar para isso de equipamentos caríssimos, vulgo high end. Conseguiu fazê-lo com algum silêncio. Um silêncio que nem sempre lhe agrada porque de facto parece-me ser mais o silêncio da discórdia subjugada ao respeito pela sua provecta idade do que o silêncio da concordância. Concluo assim porque não discordando dele de forma directa, muitos não perdem a oportunidade noutros tópicos de se colocar nos antípodas da sua opinião.
Vem isto a propósito da influência das vibrações no desempenho de um sistema, matéria que eu considero tão controversa quanto fascinante. Como eu também Alan Sircom, na edição 73 da HIFI +, em artigo de opinião na pag 5. No artigo ele mostra-se perplexo pelo facto de não poder sequer apontar uma solução universal na medida em que o que serve para um determinado equipamento parece já não servir para outro. E eu de facto já cheguei mais ou menos à mesma conclusão mas já lá vamos. Quando a ciência explicar o fenómeno, certamente explicará todos estes porquês, mas até lá resta-nos ir partilhando experiências, como ele igualmente sugere e incentiva.

Já a seguir… Laughing Laughing

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