Introdução
Algumas destas considerações já foram por mim afloradas de forma avulsa numa ou outra intervenção, nomeadamente na apresentação do meu sistema. Mas desta feita resolvi compilar e sistematizar tudo aquilo que penso sobre a discussão on line da alta fidelidade entre nós. No fundo o meu objectivo é ambicioso confesso: por um lado tentar demonstrar que em relação à valia da troca de opiniões sobre áudio na net o rei vai nu, mas por outro lado espero fazer nascer/recrudescer, nos poucos que tiverem a paciência de me ler até ao fim, o gosto, a paixão pela alta fidelidade. Em conversas com alguns amigos conhecedores e/ou participantes desta realidade dos fóruns de áudio, ficou já varias vezes expressa a concordância de que aquilo que “aqui” (on line) se passa daria para uma interessante análise, até do ponto de vista sociológico. Não é todavia com essa pretensão que vos deixo a seguir as minhas ideias / opiniões. Trata-se apenas de expor alguns dos aspectos ridículos da conversação on line sobre áudio, numa tentativa de repor alguma seriedade na discussão e recuperar alguma da magia e da paixão por este nosso hobbie. O fenómeno da conversação on line obviamente não acontece só por cá, ou não fosse a internet o meio pelo qual todas as distâncias e barreiras foram vencidas, tornando o mundo definitivamente “ligado”. Mas acredito que o fenómeno português tem especificidades muito próprias, a julgar até pelo facto de ter até agora sido tratado com “pinças” por parte dos profissionais do meio audiófilo, sejam eles lojistas ou imprensa especializada. Isto depois de uma fase longa a simplesmente ignorar “as bocas” emitidas on line, às quais forçosamente teria de ser dada atenção sob pena da descredibilização de tudo e todos no meio. Mas como todos sabemos, as fissuras que as diferentes correntes de opinião provocam não são apenas entre clientes/audiófilos e lojistas/imprensa especializada. As fissuras acontecem entre os próprios audiófilos, tendo gerado, como sabemos, uma proliferação de fóruns sobre este tema.
Claro que podemos pensar que algumas correntes de opinião, na maior parte das quais não me revejo e que considero até prejudiciais à divulgação e partilha de conhecimentos sobre este fantástico hobbie, têm também o seu lado positivo. Por exemplo, a crítica sistemática ao mercado de áudio em geral, high end em particular, pode em última análise resultar num redobrar de esforços para um melhor resultado em termos de qualidade absoluta dos equipamentos, ou da sua relação entre qualidade e preço, ou até levar mesmo a um reposicionamento desta ou aquela marca na sua oferta de mercado. Mas, como tenciono deixar claro nas linhas que se seguem, penso que muitas das opiniões são extremamente nocivas porque, por via da repetição e da generalização, e apesar de notoriamente mal fundamentadas, minam efectivamente todo um mercado, principalmente porque minam o essencial: o interesse e o desejo de tantos em alcançar a excelência de uma reprodução musical com qualidade. E o paradoxo acontece, ou seja, são aqueles que procuram uma diferenciação qualitativa (audiófilos?!) que mais estão a contribuir, pelo descrédito, para a vitória dos meios de reprodução massificados, mp3 e quejandos. Isto porque muitas dessas opiniões encontraram na net o terreno para florescerem quais ervas daninhas. Fecham-se sobre si próprias não deixando espaço ao verdadeiro debate, gerando um efeito de avalanche destruidora que aumenta de tamanho e velocidade porque se alimenta sobretudo na ignorância, no cepticismo, na pequenez de visão e mesquinhez de feitio. Alguns tecem odes de contentamento à net porque ela trouxe a massificação da informação e do conhecimento. E é sobre frases feitas como essa que se permitem florescer todos os equívocos e se semeia a ignorância.
MAS O QUE NOS DIVIDE ENTÃO ?
(já vos digo)
Algumas destas considerações já foram por mim afloradas de forma avulsa numa ou outra intervenção, nomeadamente na apresentação do meu sistema. Mas desta feita resolvi compilar e sistematizar tudo aquilo que penso sobre a discussão on line da alta fidelidade entre nós. No fundo o meu objectivo é ambicioso confesso: por um lado tentar demonstrar que em relação à valia da troca de opiniões sobre áudio na net o rei vai nu, mas por outro lado espero fazer nascer/recrudescer, nos poucos que tiverem a paciência de me ler até ao fim, o gosto, a paixão pela alta fidelidade. Em conversas com alguns amigos conhecedores e/ou participantes desta realidade dos fóruns de áudio, ficou já varias vezes expressa a concordância de que aquilo que “aqui” (on line) se passa daria para uma interessante análise, até do ponto de vista sociológico. Não é todavia com essa pretensão que vos deixo a seguir as minhas ideias / opiniões. Trata-se apenas de expor alguns dos aspectos ridículos da conversação on line sobre áudio, numa tentativa de repor alguma seriedade na discussão e recuperar alguma da magia e da paixão por este nosso hobbie. O fenómeno da conversação on line obviamente não acontece só por cá, ou não fosse a internet o meio pelo qual todas as distâncias e barreiras foram vencidas, tornando o mundo definitivamente “ligado”. Mas acredito que o fenómeno português tem especificidades muito próprias, a julgar até pelo facto de ter até agora sido tratado com “pinças” por parte dos profissionais do meio audiófilo, sejam eles lojistas ou imprensa especializada. Isto depois de uma fase longa a simplesmente ignorar “as bocas” emitidas on line, às quais forçosamente teria de ser dada atenção sob pena da descredibilização de tudo e todos no meio. Mas como todos sabemos, as fissuras que as diferentes correntes de opinião provocam não são apenas entre clientes/audiófilos e lojistas/imprensa especializada. As fissuras acontecem entre os próprios audiófilos, tendo gerado, como sabemos, uma proliferação de fóruns sobre este tema.
Claro que podemos pensar que algumas correntes de opinião, na maior parte das quais não me revejo e que considero até prejudiciais à divulgação e partilha de conhecimentos sobre este fantástico hobbie, têm também o seu lado positivo. Por exemplo, a crítica sistemática ao mercado de áudio em geral, high end em particular, pode em última análise resultar num redobrar de esforços para um melhor resultado em termos de qualidade absoluta dos equipamentos, ou da sua relação entre qualidade e preço, ou até levar mesmo a um reposicionamento desta ou aquela marca na sua oferta de mercado. Mas, como tenciono deixar claro nas linhas que se seguem, penso que muitas das opiniões são extremamente nocivas porque, por via da repetição e da generalização, e apesar de notoriamente mal fundamentadas, minam efectivamente todo um mercado, principalmente porque minam o essencial: o interesse e o desejo de tantos em alcançar a excelência de uma reprodução musical com qualidade. E o paradoxo acontece, ou seja, são aqueles que procuram uma diferenciação qualitativa (audiófilos?!) que mais estão a contribuir, pelo descrédito, para a vitória dos meios de reprodução massificados, mp3 e quejandos. Isto porque muitas dessas opiniões encontraram na net o terreno para florescerem quais ervas daninhas. Fecham-se sobre si próprias não deixando espaço ao verdadeiro debate, gerando um efeito de avalanche destruidora que aumenta de tamanho e velocidade porque se alimenta sobretudo na ignorância, no cepticismo, na pequenez de visão e mesquinhez de feitio. Alguns tecem odes de contentamento à net porque ela trouxe a massificação da informação e do conhecimento. E é sobre frases feitas como essa que se permitem florescer todos os equívocos e se semeia a ignorância.
MAS O QUE NOS DIVIDE ENTÃO ?
(já vos digo)